quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sem ex, com orgulho!

Situação clássica. Reunião de amigos, chega um desavisado e pergunta do namorado de uma das garotas presentes. Silêncio constrangedor, alguns olhares enviesados, tensos. "Eles terminaram", alguém diz, por fim. E aí vem aquela chuva de "que penas", "que chatos", "que tristes".
Todo mundo sempre lamenta quando um casal se desfaz. Mesmo quando uma das partes era claramente a escrota e a outra vai ficar bem melhor sem ela. Mesmo assim. As pessoas sempre sentem muito. Ainda que o sentimento não dure mais que dez segundos.
Agora experimenta passar pela mesmíssima situação, só que em vez de namorados, trata-se de duas pessoas que saíam há um tempo. Sem denominações oficiais.
Vou te poupar do constrangimento e contar logo o que acontece.
Ninguém
se
comove.
Nin-guém.
"E o fulano?", pergunta o mesmo desavisado de antes. Só que agora não tem silêncio constrangedor, nem olhar enviesado. Junto com a total indiferença das pessoas, vem uma observação técnica, desprovida de qualquer sentimento. "Ah, eles pararam de sair". Assim mesmo, "ah, eles pararam de sair", impassível, como se o vínculo desfeito não fosse digno de um "que pena" ou um "que chato".
Quando você não namora, você perde uma porção de direitos perante a sociedade, dentre eles o de sofrer com a perda da outra pessoa. Mesmo porque você não pode sofrer pela perda de algo que tecnicamente você nunca teve.
Até com meu analista eu me sinto um pouco idiota de reclamar de ex que nunca foi nada. Ex-qualquer coisa. Ex-nada.
No máximo, Ex-trume.

1 comentários:

Enila Sagrav disse...

Concordo. E ponto.

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